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Inteligência Colaborativa

É intensa a discussão sobre os limites da Inteligência Artificial, principalmente os tecnológicos e éticos. Até onde isso vai nos levar e o que vai acontecer conosco daqui a alguns anos, só saberemos quando chegarmos lá.

Vi recentemente a imagem de um protesto de professores em 1998 contra o uso de calculadoras e a associação com o que vivemos hoje foi imediata. Não adianta lutar contra tecnologia, contra ferramentas que vão nos ajudar a melhorar a vida, facilitar o trabalho, ampliar as nossas possibilidades.

O que precisa ser feito é usar ferramentas como ferramentas, e não fazer delas expressão de opinião ou conhecimento.

Assim como as redes têm a capacidade de disparar fake news em escala mundial, a IA nos permite produzir fake knowledge, ou seja, conhecimento que não é nosso, que surgiu da reunião de coisas que já foram compartilhadas por outros.

Como tudo tende a oscilar de um extremo a outro até encontrar o equilíbrio, acredito vamos encontrá-lo quando entendermos que é preciso ir além do que já foi dito, acrescentar olhares, visões, posições que sejam efetivamente nossas.

Forjada ao longo da vida, a inteligência individual é única. Como pai de gêmeos, posso assegurar, com toda propriedade, que não existem – nem nunca vão existir! – duas pessoas iguais, mesmo que tenham nascido com a diferença de um minuto. Apresentadas aos mesmos estímulos, cada pessoa reagirá de uma forma muito particular, única!

A IA pode oferecer muito também para o que eu chamo de inteligência colaborativa, que parte de visões, experiências e descobertas de várias pessoas para criar novos conhecimentos, novas perspectivas.

A ferramenta pode ajudar a construir, mas nunca vai substituir a criatividade e a capacidade que nós temos, individual ou coletivamente, de juntar as peças dos nossos quebra-cabeças de uma forma especial, humana.

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