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Sou apenas curioso

“Não tenho nenhum talento especial. Sou apenas apaixonadamente curioso.” Albert Einstein

Essa frase abre o livro “Uma mente curiosa”, de Brian Grazer, produtor de “Uma mente brilhante”, “O código Da Vinci”, “Apollo 13” e vários outros blockbusters com orçamento e plateia na casa dos milhões, muitos milhões. Para ele, a curiosidade é a maior responsável por tantas realizações pessoais e profissionais. É a fonte de toda a sua energia e dos seus insights.

Ser curioso é estar aberto, olhar para a frente, buscar novidades… Em outras palavras, ser curioso é estar vivo!

Se você acha que estou exagerando ao tratar a curiosidade como algo tão central para uma vida plena, que tal levarmos o pêndulo para o outro lado? Ao invés de analisarmos o efeito positivo da curiosidade, vamos pensar no que significa a sua ausência?

Para mim, a descuriosidade (fui brincar de neologismo e vi que a palavra existe) é um sinal alarmante de desconexão, desinteresse, perda da energia que nos mantém vivos. O começo do fim da alegria de viver, de ansiar pelo dia seguinte, pelo conhecimento seguinte, por tudo que o futuro ainda nos reserva.

Sou curioso desde criança. Aliás, crianças são curiosas por natureza. Quando se é pequeno, existe todo um universo inexplorado a ser conquistado. A cada dia, uma nova descoberta (no mínimo!). Esta chama pode se manter acesa até o fim? Sim!

Adorei quando o autor e mega-produtor Brian Glazer falou que as pessoas o chamam de produtor de cinema mas “o que eu realmente sou é contador de histórias”. Eu me identifiquei muito com isso! Nada provoca mais a minha curiosidade do que as histórias das pessoas e das suas criações (filhos, empresas, projetos autorais, pensamentos, acertos, erros…). Para mim, nada é mais realizador do que dar forma a essas histórias.

No livro, Brian Grazer fala de suas “conversas de curiosidade”. Me lembrou a Agulha, minha avó, que ultrapassou a marca centenária cheia de apego pela vida, otimismo, saúde, alegria… e, acima de tudo, curiosidade! Eu ia toda semana à casa dela só para termos uma “conversa de curiosidade”. O mais interessante é que a curiosidade era dela! Era ela que queria saber do meu trabalho, da minha vida, dos meus desafios. Acordava sempre cedo (era extremamente disciplinada) e lia dois jornais para saber das novidades. Só parou quando o Jornal do Brasil fez o mesmo.

Ser curioso é ter empatia, um real interesse pelo outro, pelo mundo, pela vida. Fiz Engenharia tendo um curioso como referência – falei sobre ele na abertura. A partir de hoje, mudei a minha fonte de inspiração para outro curioso. Comprei o livro do Brian Grazer só para produzir este texto. Na verdade, por que eu fiquei curioso. Recomendo!

Só para aguçar a tua curiosidade, no livro, o autor conta como foi seu encontro com Fidel Castro e lista uma série infindável de pessoas com quem teve as suas “conversas de curiosidade” – Jeff Bezos, Michael Bloomberg, Jacques Cousteau, Jim Collins, David Byrne, Tim Cook, Steve Wozniak, Serena Williams, Oprah Winfrey, Andy Warhol, Margaret Thatcher, Ted Turner, Simon Sinek, Salman Rushdie, Ronald Reagan, Colin Powell, Benjamin Netanyahu, Barack Obama… Perdão, acho que eu me empolguei; e, olha, que eu citei apenas alguns dos seus mais conhecidos interlocutores.

Por fim, peço emprestada a Dorothy Parker uma frase que, para mim, resume a importância vital da curiosidade: “A cura para o tédio é a curiosidade. Não existe cura para a curiosidade.”

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